Hoje de manhã ouvi uma parte deste texto na "minha" querida Rádio Comercial e entre risos só pensava é tão isto, é que é mesmo isto! É uma crónica escrita pela Susana Almeida Ribeiro (mãe, ex-jornalista do Público e emigrante), publicada a 20/10/2014 no Público e eu transcrevo-a para lerem e rirem um pouco também.
Este texto é uma comparação entre pessoas sem filhos e pessoas com filhos; para ser mais exato e próximo à minha realidade ("pessoas com filhos gémeos"), acrescentaria apenas que algumas das situações descritas só acontecem já mais tarde. Por exemplo: ir a um restaurante... É coisa que só no decorrer deste ano nos atrevemos a tentar! Mas este é o meu caso, não quer dizer que outros pais de gémeos não comecem a sair para jantar fora com os filhos mais pequeninos (embora eu continue a achar que não é assim tão simples...). Refeições a horas decentes também não se conseguem no início (cheguei a jantar bacalhau com natas carinhosamente feito pela cunhada à meia noite...) e ver televisão, durante uns tempos, era um luxo que eu nem sequer tentava alcançar: queria mesmo era dormir!
«As pessoas sem filhos anseiam por sexta-feira. As pessoas com filhos
temem-na.
As pessoas sem filhos têm cartões de cinema ilimitado. As pessoas com filhos
têm cartão IKEA family.
Para relaxar as pessoas sem filhos vão para o ginásio. As pessoas com filhos
vão para o trabalho.
As pessoas sem filhos escolhem o restaurante em função do menu, do preço, do
chef, da decoração ou da localização. As pessoas com filhos entram no primeiro
restaurante que tenha cadeiras para crianças.
Ao sábado à noite, as pessoas sem filhos vão jantar fora, ao cinema e a um
bar. As pessoas com filhos vão à cozinha aquecer restos no microondas, vêem meio
episódio de uma sitcom e adormecem no sofá.
As pessoas sem filhos comem cereais, torradas, sumo de laranja e café ao
pequeno-almoço. As pessoas com filhos também, mas metade disso vai parar à
roupa, à carpete e aos cortinados.
As pessoas sem filhos sentam-se no sofá a ler um livro e a beber um chá. As
pessoas com filhos sentam-se na sanita e fecham a porta da casa de banho à chave
para terem 5 minutinhos de relax.
As pessoas sem filhos vão ao supermercado, fazem compras e regressam a casa.
As pessoas com filhos vão ao supermercado, perseguem-nos até à charcutaria,
arrancam-lhes coisas das mãos, tremem quando eles enfiam pelo corredor dos
vinhos, negoceiam, chantageiam e regressam a casa percebendo que afinal se
esqueceram “da porra das fraldas”.
As pessoas sem filhos vão dormir. As pessoas com filhos vão fazer óó.
As pessoas sem filhos acordam com o despertador. As pessoas com filhos
gostariam de acordar com o despertador.
As pessoas sem filhos vão a esplanadas e ao cabeleireiro. As pessoas com
filhos vão a parques infantis e ao pediatra.
As pessoas sem filhos não sabem quem é a Xana Toc Toc. As pessoas com filhos
preferiam não saber quem é a Xana Toc Toc.
As pessoas sem filhos comem sobremesas. As pessoas com filhos escondem-se na
cozinha e comem dois quadrados de chocolate para cima do lava-louças. Quando
apanhadas em flagrante, as pessoas com filhos dizem que é medicamento e emborcam
meio copo de água para validar a farsa.
As pessoas sem filhos viajam com uma mochila. As pessoas com filhos têm
esgotamentos nervosos diante de malas.
As pessoas sem filhos praguejam como estivadores. As pessoas com filhos
começam a usar termos como “diacho”, “bolas” e “caneco” quando esfacelam o dedão
contra o pé do sofá.
As pessoas sem filhos vêem thrillers, dramas, biopics… As pessoas com filhos
vêem o Pocoyo.
As pessoas sem filhos mudam de camisa se esta tiver uma nódoa. As pessoas com
filhos só mudam a camisa se ela estiver vomitada.»
Fonte: Susana Almeida Ribeiro in site do jornal Público
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